Recolhi minhas asas e as guardei
No baú onde vivem teias amorfas
As cobri com a leveza da seda
Com o veludo de pétalas de rosas
Sou pássaro ferido
Insensivelmente abatido
Vaso de barro trincado
Em pedra fria esculpido
Levar em minhas asas
Alguma semente
Quero arejar em minhas asas
Sentimentos alados
Poesia cantada
Solfejada
Decido abrir o baú
Tapar as narinas ao cheiro acre
Do bolorento destino
Quero remover o lacre
Ouvir o badalar do sino
Permito que o oleiro repare o vaso
Conserte as asas quebradas
Encontro em mim novas moradas
Sou de novo fluidez em poesia
Em versos ritmados
Em rimas cantadas
Úrsula A. Vairo Maia
No comments:
Post a Comment